Quando eu era pequeno, a
primeira coisa que eu quis ser foi: motorista de trator. Não me perguntem. Minha
avó morava atrás de uma frota; toda vez que eles ligavam os motores eu entrava
em êxtase e corria para vê-los – não me lembro, mas é o que dizem. Depois eu
quis ser motorista de: ônibus. Eu os colecionava em miniaturas, e passava horas
sucessivas em sua companhia. Quando eu tinha uns sete anos, eu queria ser
arquiteto, pois, em minha mente sábia, os arquitetos “brincavam” de colorir as
casas.
Por volta
dos oito, eu meti na cabeça que queria virar ator, e eu tinha até um ídolo:
Leonardo DiCaprio. Queria estrelar um filme tão arrebatador quanto Titanic, e acreditava piamente que
reunia as qualidades pra ser o Leonardo da minha geração; e não me refiro,
apenas, ao fato de ter um corte de cabelo semelhante ao dele, na época.
Mas
aí, virei o jogo: quis ser diretor de cinema. Eu, na verdade, já tinha
rabiscado várias sinopses pra vários filmes grandiosos – bom, na minha cabeça, até
então, um diretor também escrevia a história. Foi aí que nasceu o desejo de me
tornar um grande crítico literário e cinematográfico, vontade que perdura até
os dias de hoje.
Veio, então, a fase mais crítica: eu queria
ter meu programa na TV. Na verdade, eu queria conversar com inúmeros astros e
estrelas, e achei que um programa na TV seria excelente, pois naquela época eu pensava ser muito carismático e simpático. Aí em 2009, a Xuxa procurava um príncipe pro
novo filme dela, mandei uma espécie de currículo pro site do programa, mas
nunca fui chamado; eu, de verdade, achei que era minha missão na vida: ser
príncipe da Xuxa – e eu ainda acho. Foi nessa fase em que eu acreditava que
podia ser cantor, pensei em, até, montar minha própria banda, no estilo Jota
Quest – quem nunca teve essa fase?
Sabe, quis
abrir uma vídeo locadora – vocês, mais jovens, já ouviram falar desse
estabelecimento? -, quis abrir um pet-shop, quis ser jogador de vôlei, paleontólogo
– ai, a obsessão por Jurassic Park -,
até quis abrir meu próprio jornal e dar aula de redação, ah, isso eu ainda
quero.
E você? O que você quer ser
quando crescer?